Bem-vindos!

Mr. Golden Charlie é o espaço onde partilho o que faço com o meu cão Charlie e com as minhas gatas Milu e Marie. Seguimos as técnicas do treino de reforço progressivo e aqui encontram a prova de que através do reforço positivo qualquer cão ou gato pode ser ensinado por qualquer pessoa, independentemente da sua experiência.
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sábado, 16 de março de 2013

STOP! Cães que puxam a trela - Parte III


Parte I aqui: http://treinosdocharlie.blogspot.pt/2012/10/stop-caes-que-puxam-trela.html
Parte II aqui: http://treinosdocharlie.blogspot.pt/2013/03/stop-caes-que-puxam-na-trela-parte-ii.html

OK. Mas o meu cão nunca sai de casa... O que faço agora?

Esta situação pode ser particularmente complicada de resolver, principalmente quando o cão já é adulto. 
Tudo na rua será novidade! O que significa: muitos estímulos, muita vontade de conhecer o mundo o mais depressa possível (ou seja: correr, puxar a trela e arrastar o dono). 

Imagine que vai a Nova Iorque! Que fantástico!! Pessoas por todo o lado, imagens, cores, carros a passar, sons, música, pessoas a falar, cheiro a comida pelo ar...! Uau!! Que agitação! Tudo é novo, tudo é maravilhoso. Nem sabe para onde olhar primeiro, nem sabe o que vai ver primeiro! Tem vontade de ver tudo, de espreitar aquela montra cheia de luzes e cor, ouvir a música que está no ar, experimentar este restaurante, ou então aquele acolá, entrar na loja que vende gelados... É tudo novo, tudo estimulante! Com o seu cão, particularmente se não está habituado a sair à rua, acontece algo muito semelhante: outros cães, cheiros novos, pessoas de todos os tipos (novas, velhas, altas, gordas, de bengala, que gritam, que tossem... enfim!). Tudo é tão estimulante que a última coisa para a qual o cão ser prestar atenção... pois... é o dono! O dono está sempre em casa, sempre presente. Perante tanta novidade facilmente se torna desinteressante.

Mas: tudo se aprende, tudo se ensina!

* * *

Em primeiro lugar há que reunir o material do passeio:
  • Trela (claro!)
  • Peitoral: é preferível o uso do peitoral à coleira, não só porque é mais confortável para o cão, mas porque vai facilitar o manuseamento do cão, principalmente se for de porte grande. Pessoalmente, aconselho os que clipam à frente (caso esteja interessado em adquirir um, entre em contacto através dos comentários ou de email)
  • Recompensas: para o treino dentro de casa pode ser a própria ração do cão, por exemplo, ou biscoitos; para o treino fora de casa pode usar algo de maior valor como pedaços de frango, fígado seco/congelado, salsichas às rodelas, cubos de queijo... (esta é uma excelente oportunidade para descobrir o que é que o seu cão mais gosta!)

Comece em casa, onde as distracções são menores.
A primeira etapa do treino deve ser feita no espaço onde o cão costuma estar a maior parte do dia. Aqui as distracções são praticamente nulas e desta forma o cão estará mais apto para aprender. 

1º. Habitue o cão ao uso da trela. Coloque a trela e segure-a como se estivesse a passear na rua. Recompense continuadamente sem exercer pressão na trela (se o seu cão puxar de imediato a trela, comece este exercício sem segurar a trela). Repita durante poucos minutos (num máximo de 5min, por exemplo). Retire a trela e faça uma pausa (até pode arrumar a trela). Volte a colocar a trela e a recompensar continuadamente. O que estará a ensinar ao cão é que ter a trela é algo positivo. 

2º. Assim que conseguir ter a atenção do seu cão (vai ver como é rápido!) comece a espaçar a frequência com que o recompensa. O objectivo aqui já será ter o cão ao seu lado, calmo e concentrado em si. Estará a ensinar o seu cão a estar com a trela colocada e a estar perto de si.

3º. (Ainda em casa) comece a ensaiar pequenos passos. No ponto anterior conseguiu estar parado com o seu cão ao seu lado sem tentar fugir de si e sem puxar a trela. Também foi relativamente fácil, não foi? A partir de agora vai começar a ensinar o seu cão a andar na trela. Simule que vai dar um passo (mexa a perna e desequilibre o corpo como se fosse andar, mas permaneça no mesmo lugar). Recompense o seu cão por continuar perto de si. O que vai estará a ensinar o seu cão é que mesmo que você se mexa ele deve estar junto a si. 

Nesta etapa estará a desenvolver um exercício em slow-motion (cada um dos pontos que se seguem devem ser repetidos algumas vezes, 15 por exemplo, para que o cão assimile o que pretende dele): 
  • primeiro finge que vai dar um passo (recompensar sempre que o cão continua perto de si e sem puxar); 
  • depois dá um mini passo - mais pequeno que um passo normal (recompensar sempre que o cão continua perto de si e sem puxar);
  • de seguida dê um passo normal (recompensar sempre que o cão continua perto de si e sem puxar);
  • por fim vá aumentando o número de passos muito gradualmente: dois... três... quatro... etc (recompense sempre o seu cão por continuar perto de si e por não puxar a trela)

4º. Já consegue andar em frente sem que o seu cão puxe a trela? Óptimo! Está em condições para passar para a quarta etapa: andar em círculos. Ande em frente, como aprendeu no ponto 3º, e prepare-se para fazer uma pequena curva. É importante que faça isto enquanto o cão está focado em si, caso contrário o que vai acontecer é que o dono vira e o cão continua em frente. Com o cão atento assim comece a virar motivando-o a acompanhá-lo. Foi simples, não foi? Recompense muito! ("Boa!! Que lindo!!" + recompensas). Faça este exercício várias vezes. O nível de dificuldade aumentou um pouco e é importante consolidar. Nas próximas sessões do seu treino misture o "andar em frente" com "andar em círculos". 

Não tente fazer tudo no mesmo dia! Faça curtas sessões de treino (15 minutos no máximo) para conseguir ter o cão motivado. Se vê que o seu cão está frustrado com o treino, volte uma etapa atrás: está a ir rápido de mais. Termine o treino sempre com algo positivo. Está irritado e o treino não está a funcionar? Calma. Páre e recomece noutro momento. 

Se o treino for consistente ao fim de uma semana (ou menos) conseguirá ter o seu cão a andar perfeitamente na trela dentro de casa. Quando começar a ver resultados consistentes, comece a introduzir algumas distracções: treine na cozinha, na sala, no quintal com os seus familiares a assistirem, com a TV ligada, com os seus familiares a conversarem, etc.

Se introduzir gradualmente estas e outras distracções estará a criar uma boa base no treino do seu cão e será mais fácil fazer a transição do treino na rua, onde as distracções são imensas!

O próximo grande momento do treino é sair de casa. Primeiro junto à porta de casa (vai ver como a dificuldade aumenta imenso assim que passar o portão!). Volte ao ponto 1º. Vai parecer que o seu cão não aprendeu nada, mas aprendeu. Treine do ponto 1º ao ponto 4º e vai ver que ele vai perceber o que pretende dele facilmente. Não se esqueça de aumentar o valor das recompensas?

O seu cão já caminha perfeitamente junto à sua porta? Na zona junto de casa também? O truque é ir aumentando as distracções gradualmente. Se vê que o seu cão deixa de lhe prestar atenção podem existir algumas causas:
  • Avançou depressa de mais no treino 
  • Há demasiadas distracções
  • As recompensas não são suficientemente valiosas
Se está a correr "mal" não fique frustrado. A causa está num destes três aspectos. Elimine a causa e vai ver que o treino volta a entrar nos eixos. 

Ao fim de algumas semanas vai ver progressos no seu cão. Quanto mais consistente for no treino mais rapidamente os resultados vão aparecer. Ao fim de poucos meses o seu cão vai andar na trela sem puxar e os passeios serão certamente mais agradáveis para o dono e para o cão!

De que está à espera? Comece a treinar o seu cão a caminhar na trela!

Ficou com dúvidas? Quer partilhar a sua experiência?
Não sabe se está a fazer bem o treino? Quer simplesmente falar connosco? 
Estamos à distância de um comentário ou de um email!

BONS TREINOS! E BONS PASSEIOS!

STOP! Cães que puxam a trela - Parte II

Esta semana um leitor do nosso blog comentou comigo como tem sido complicado conseguir passear os seus cães sem que eles puxem a trela. São cães que raramente são passeados.

Há alguns meses já tinha escrito sobre como ensinar um cão a não puxar a trela (para ler "STOP! Cães que puxam a trela - Parte I" clique aqui), mas vou desenvolver um pouco mais este assunto. 

* * *

Passear um cão que está habituado a puxar na trela há muito tempo não é fácil. O cão aprendeu que para passear deve puxar a trela, o que significa que esta é a única forma que ele aprendeu para caminhar e conhecer o mundo. 

Passear um cão adulto que não está habituado a sair à rua pode ser ainda mais complicado. Mas calma! Tudo tem solução! Mesmo que os resultados demorem mais a aparecer, eles vão sempre chegar. 

* * *

A rua é um local cheio de estímulos para qualquer cão. Tanto a nível visual mas essencialmente a nível olfactivo o cão encontra na rua inúmeras distracções que o deixam excitado. Essa excitação é provocada por químicos que são lançados para o seu cérebro. O comportamento do cão será então afectado por estes químicos e outras hormonas, assim como podemos verificar que o seu coração começa a bater mais rápido e a respiração acelera. Puxar a trela (ou dar esticões na trela) contribui para aumentar esses químicos. Em última instância isto faz com que o cão não esteja calmo e continue a puxar (ainda mais) na trela.

O que se pretende com o passeio do cão é que este seja agradável, não só para o cão mas também para o dono. Quem é que gosta de ser arrastado por um cão de porte grande? Ou quem é que gosta de passear um cão (mesmo que seja de porte pequeno) mas que está a sufocar do outro lado da trela?

É hora de dizer basta! Tudo se aprende e tudo se ensina.
Ensinar um cão a andar na trela é fundamental para que tanto o cão como o dono possam usufruir mais do passeio. Os passeios poderão ser mais longos e a relação do dono com o cão certamente se vai tornar mais forte. 

LEMBRE-SE:

Ter mais e melhores passeios   =   Cão mais feliz e cansado   =   Cão mais calmo   =   Dono mais feliz


Na próxima publicação: 
STOP! Cães que puxam a trela - Parte III: Ok. Mas o meu cão nunca sai de casa... O que faço agora?

segunda-feira, 11 de março de 2013

Entregar a bola

Como prometido aqui fica um pequeno vídeo (para matar saudades e) para verem o que temos andado a fazer. É uma breve apresentação do treino de "entregar a bola".

No vídeo podem ver o Charlie a aprender a ir buscar a bola e a devolvê-la. O Charlie é muito focado nos brinquedos (principalmente em bolas) e nunca trazia a bola de volta. O que acontecia antes deste treino era o seguinte:

  • Eu atirava a bola
  • O Charlie ia buscar a bola
  • Vinha ter comigo, mas não largava a bola OU Corria na minha direcção e fugia com a bola
Neste vídeo o treino é feito no nosso quintal (um espaço pequeno e bem delimitado, porque ainda estamos no início do treino). O que estou a fazer para o ensinar:

  • Atirei a bola para muito próximo de mim (para junto dos meus pés, por exemplo)
  • Ele ia buscar a bola e assim que a segurava eu punha uma recompensa junto ao nariz. O resultado era: ele cheirar --> abrir a boca para comer (a bola cai da boca) --> recompensar
  • Ao fim de poucas repetições ele percebeu que para ter a recompensa devia largar a bola
  • Aos poucos fui atirando a bola para mais longe (e incentivava-o a trazer a bola até mim)*
  • Comecei em simultâneo a colocar a mão por de baixo da boca dele, para a bola aí cair (depois de algumas repetições, comecei a esticar a mão antes dele chegar perto de mim)

*Por vezes ele ia buscar a bola e largava-a logo. Nunca reforcei esses momentos! Assim que ele pegava na bola motivava-o a não largar a bola até mim: caminhava para trás enquanto batia as palmas e dizia "boa, boa! traz cá a bola". Rapidamente ele percebeu que o objectivo não é apenas largar a bola, mas sim apanhá-la e trazê-la.


Síntese das etapas (início do treino):
  1. Atiro a bola para junto de mim
  2. Ele apanha a bola
  3. Coloco a recompensa junto ao nariz (ele larga a bola) -- nesta fase posso ir já colocando a mão por baixo, de modo a que a bola caia na minha mão
  4. Recompenso depois dele largar a bola
(Depois de algumas repetições)
  1. Atiro a bola para mais longe (gradualmente)
  2. Ele apanha a bola
  3. Motivo-o a trazer a bola (nunca vou na direcção dele, para ele não ser motivado a fugir com ela - isto já seria outro jogo)
  4. Elogio ("Boa!") e peço para a devolver ("Dá cá!"), ao mesmo tempo que o motivo a vir ter comigo ("Isso mesmo!", "boa, boa!!" "anda!")
  5. Estico a mão (gesto) (em simultâneo com 4.)
  6. Ele coloca a bola na minha mão --> reforço (recompensa)

Síntese das etapas (fase actual do treino):
  1. Atiro a bola ("Vai buscar!")
  2. Ele corre para a bola e apanha-a
  3. Elogio ("Boa!") e peço para a devolver ("Dá cá!"), ao mesmo tempo que o motivo a vir ter comigo ("Isso mesmo!", "boa, boa!!" "anda!")
  4. Estico a mão (gesto)
  5. Ele coloca a bola na minha mão --> reforço (recompensa) -- ao fim de algumas repetições com sucesso o reforço começa a ficar intermitente (só recompenso "as melhores entregas": as mais rápidas ou quando ele larga a bola muito facilmente). 

No final a recompensa será o facto de eu lançar a bola novamente. O que estou aqui a ensinar ao Charlie é ele entregar-me a bola em vez de ficar com ela. 

Mais publicações em breve!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Patas ao ar!

Ainda se lembram do que andamos a treinar?
Ok... Já passou algum tempo.

Fazer de morto!
E não tem sido fácil.

Aqui fica um vídeo com o ponto da situação.

Estamos a treinar o comportamento dividido em várias etapas:
1. Levantar as patas sob comando (no vídeo está o resultado)
2. Deitar
3. Ficar deitado de lado no chão


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desporto: correr com o cão

Ter um cão já é um pressuposto para ser uma pessoa relativamente activa. Isto porque ter um cão significa que o dono tenha o cuidado de o levar a passear pelo menos meia hora, diariamente.

Mas porque não aliar o facto de se ter um cão com um estilo de vida saudável? Porque não transformar pelo menos um dos passeios com o cão num momento de exercício... para o cão e para o dono!

Está a soar-lhe estranho? Leia o resto.

Correr com o meu cão...?

Sim! Claro que sim! Os cães adoram correr! É preciso explicar melhor? Ok. Vamos dar mais alguns motivos para correr com o seu cão. 
A corrida com o seu cão tem uma dupla vantagem. Mantém o peso, melhora a  massa muscular, estimula o sistema cardiovascular e melhora a resistência: para o seu cão e também para si.
A corrida é também uma forma de estímulo mental. Correr deixa os cães (e os humanos mais felizes), permitindo explorar o mundo através de imagens, de sons e cheiros novos. Deixa-os física e mentalmente mais cansados, dado o desgaste de energia. Isto significa um cão mais calmo dentro de casa e significa que o dono pode usufruir mais dessa calma com o seu cão. 
E ainda um terceiro motivo: o seu cão é o seu melhor amigo. Qualquer razão é perfeita para passar ainda mais tempo na sua companhia. Criar uma rotina de correr com o seu cão todas as manhãs ou finais de tarde, por exemplo, é um excelente contributo para fortalecer o vínculo que tem com o seu companheiro de quatro patas. A corrida entre cão e dono pode ser uma óptima actividade para os dois!

Equipamento

Vista o seu melhor fato de treino e pegue no seu cão!
Na verdade não precisa de nenhum equipamento em específico (esta é outra das vantagens deste desporto). Calce os seus ténis e está pronto!
Quanto ao seu cão apenas precisa de utilizar: um peitoral (aconselhamos sempre o peitoral ao invés da coleira...Os cães, como os humanos, têm um pescoço sensível que pode facilmente danificar-se com um simples puxão); uma trela curta ou, em alternativa, uma trela mãos livres (como esta aqui ou ainda esta - clique para aceder).

Treinar o cão para correr

Para que o seu cão aprenda a correr consigo é fundamental que o cão saiba andar na trela, lado a lado, e sem puxar. E isto pode ser um treino aborrecido para donos cujos cães puxem na trela há muito tempo. Mas, na verdade é um treino bastante simples. 
Prepare-se com o "equipamento de corrida" e coloque o cão a seu lado (se ele não se colocar na posição desejada voluntariamente pode utilizar um pedaço da própria comida do cão para o posicionar). Pode escolher o lado esquerdo ou direito, conforme preferir, contudo geralmente opta-se pelo lado esquerdo (perceba aqui porquê). Comece por caminhar devagar. O seu cão deve começar a acompanhá-lo e aí recompense-o com pedaços da própria ração (ou outra recompensa que o seu cão aprecie - a ideia é manter o cão concentrado no exercício e no dono). Se o cão estiver focado em si, continue a recompensar continuamente para que o cão assimile o que lhe está a ensinar. Caso o cão comece a caminhar à sua frente, páre (antes que ele chegue ao final da trela)... Aí o cão, habituado a puxar, irá puxar a trela pois foi assim que aprendeu. Agora vai ter de ser paciente. Dê tempo ao seu cão e ele vai acabar por perceber que puxar não resulta em nada. Assim que ele se mover dessa posição, elogie-o entusiasticamente e motive-o para vir ter consigo. Recompense. E volte ao início do exercício. Não se esqueça de treinar não só em frente, mas adicionando curvas e reviravoltas ao caminhar. Ao fim de poucas repetições ensinou o seu cão a caminhar sem puxar na trela. 

Quer saber mais? Veja aqui: STOP! Cães que puxam a trela

Vamos correr!

Chegou o momento. O seu cão já caminha a seu lado, sem puxar a trela e sem ultrapassar o dono. Agora chegou o momento de usufruir daquilo que ensinou ao seu cão e acelerar o passo! Não pense que a primeira corrida será a corrida da sua vida... Mesmo que você esteja habituado a correr vários quilómetros lembre-se: o seu cão não está! Isto é um novo desafio para ele. Precisa de o adaptar ao que quer, gradualmente, para que o resultado final seja o mais satisfatório para si (e para o seu cão também).  Comece por andar em passo bastante acelerado. Nos momentos em que o seu cão está mais focado e a caminhar a seu lado corra com ele. Mas prepare-se para interromper a corrida algumas vezes, para algumas voltas e contravoltas... Como dissemos, este é um desafio para o seu cão, que está perante tantas imagens, movimentos, cheiros  e sons! E nós donos sabemos como o nosso cão gosta de cheirar aqueles postes de luz ou aquele monte de folhas... Ou simplesmente ficar parado a olhar para as crianças que correm no jardim! Tenha calma, o seu cão ainda está a aprender a ser um atleta! Acima de tudo, não desista. Corra todos os dias, mesmo que a corrida tenha de ser interrompida por estes percalços, tente antever que o seu cão está a ficar desfocado e pare e deixe-o cheirar, olhar... À medida que ele for melhorando a ficar mais tempo a seu lado, aumente o tempo da corrida. 5 minutos, depois 10 min ... E depois será uma questão de resistência. Do seu cão... Ou sua!

Não se esqueça!

  • A rua é de todos. Mesmo que o seu cão já seja um verdadeiro atleta de jogging, certifique-se que ele corre a seu lado, o mais próximo possível. Não ocupe toda a estrada (daí a importância de uma trela curta ou sem mãos)... Existem pessoas com medo de cães ou que simplesmente não gostam de cães - e muito menos quando eles aparecem a correr! 
  • Treine bem as curvas e contra curvas, para que o seu cão o acompanhe e não siga em frente na direcção de outra pessoa. É muito importante treinar o focus do seu cão em si, para que possa disfrutar da corrida na sua totalidade, sem se preocupar com o percurso que o seu cão decidiu "inventar"
  • Vai correr dentro da cidade? Leve os saquinhos para apanhar possíveis necessidades do seu cão
  • Seja verão ou inverno não deixe o seu cão desidratar. Se sair para correr poucos quilómetros e o seu cão estiver em forma, sem problemas de saúde, não tem de carregar água consigo. Mas, caso decida correr mais distância ou durante mais tempo leve para o seu cão a mesma quantidade de água que você prevê que vai beber
  • Esteja de olho no seu cão: ele não vai falar consigo, mas vai comunicar consigo. Se o seu cão ficar ofegante, com a língua pendurada fora da boca, com a boca aberta deve parar e deixá-lo descansar. Se a respiração voltar ao normal, continue a corrida. Caso contrário, é melhor terminar. Outros sinais de que deve parar: se o seu cão começa a abrandar o ritmo ou a andar atrás de si (e não ao lado ou a tentar ultrapassá-lo) então é sinal de que deve parar.
  • Os cães precisam de exercício, mas não em demasia! Uma corrida diária de 30 minutos é mais que adequada para um cão de porte médio ou grande. Adapte o tempo e percurso da corrida ao seu cão, mas evite chegar ao ponto em que o seu cão lhe implora para parar, deitando-se exausto.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Novo - Up!

Nas últimas semanas temos andado a treinar umas coisas novas!

Conhecido como "pede", "reza", "sit pretty" ou "bear"... Cá em casa chamamos-lhe simplesmente "Up!" e foi um dos exercícios que o Charlie teve mais dificuldade em aprender.

O Charlie desde as primeiras sessões que percebeu muito bem o que eu pretendia dele mas este exercício é usualmente difícil para alguns cães, principalmente para cães de porte grande.

O objectivo é que o cão fique sentado e com as patas da frente levantadas.

É um exercício que exige que o cão mexa músculos que habitualmente não usa, daí a dificuldade. E como se isto não bastasse o cão deve aguentar a posição algum tempo.

O Charlie demorou mais ou menos 1 mês a conseguir estar na posição sem ajuda. Hoje ofereceu o comportamento voluntariamente para ganhar um biscoito! Fiquei muito contente, porque esta posição é especialmente difícil para ele mas ele esforça-se a valer!

Treino positivo também é isto: desafiar cão e dono!

É fácil de ensinar!

  1. Peça um "senta" ao seu cão
  2. Com um pedaço de comida (ração, frango, fígado, salsicha...) na mão desloque a sua mão para a frente no sentido da cabeça do seu cão, motivando-o a seguir a mão. Desloque a mão mais para a frente, para que o cão acabe por levantar as patas do chão. Aqui pode ser complicado para o cão, por isso: 
    • Recompense cada movimento das patas da frente
    • Deixe que o seu cão se apoie nos seus braços até se habituar à posição
    • É uma questão de equilíbrio! Se o seu cão tem dificuldade em manter-se sem cair, experimente treinar com uma parede por detrás do cão.
    • Tenha paciência...! Mostre-se feliz e recompense cada tentativa do seu cão (mesmo que falhada). Motive-o e desafie-o!
  3. Agora tente sem comida!
  4. Quando o cão perceber o que é pretendido comece, gradualmente, a inserir o comando gestual para o comportamento. 
    • Vá aumentando a dificuldade: aumente o tempo em que o cão está na posição
  5. O seu cão já conhece o gesto? Agora experimente associar uma palavra 
    • palavra > gesto > comportamento > recompensa ; palavra > comportamento > recompensa
Não se esqueça de colocar a recompensa em modo intermitente! Não tem de recompensar o seu cão todas as vezes. E vale tudo, comida, brinquedos, entrar no carro, colocar a trela...

domingo, 28 de outubro de 2012

Como estimular um cão a correr

Há poucos dias pedi algumas soluções para fazer exercício com o Charlie sem que eu tenha de me cansar muito. A verdade é que não tenho a mesma energia que ele...! Quando estamos com outros cães ele correr até mais não, mas quando estamos só os dois ele só corre e brinca se eu estiver a correr com ele. Claro que ao fim de 10 minutos estou K.O. e ele acaba por ficar quieto ao meu lado.

Além das caminhadas para o "cheira-cheira" (como eu lhe chamo) foi-me dada uma sugestão muito interessante. E digo interessante porque tem uma dupla função! Não só permite que o Charlie corra e se exercite sem que eu tenha de "mexer uma palha" como que é um comportamento complexo e que nos vai oferecer muitas horas de treino! Para nós é perfeito, porque o Charlie se automotiva muito durante os treinos. Ou seja, adora treinar! Parece-me que temos aqui uma excelente oportunidade para nos divertirmos à brava!!

Aqui fica o vídeo que me mostraram:


E aqui em baixo a nossa primeira sessão de treino para tentar, um dia, chegar a um resultado semelhante (deixem os vossos comentários)!

STOP! Cães que puxam a trela

|| DICA DOURADA || Quem nunca passou por isto que levante o braço! Quantos de nós temos ou tivemos um cão que puxa na trela? Não é o seu caso? Então confesse lá, e quando o vizinho, amigo ou familiar lhe pede para levar o cão à rua? Vá lá... Quantos de nós temos um cão que é exemplar na trela... excepto: quando  vê do outro lado da rua aquele cão que adora; quando encontra aquele poste fantástico para cheirar; ou ainda quando estamos a chegar ao jardim para brincar com outros cães? Este é o meu caso. Ou melhor, era!

Prepare-se! Sente-se confortável e leia, de forma simples, concreta e ilustrada, como resolver este problema:


1) O seu cão está a puxar? Pare! Transforme-se numa árvore e não dê um passo. A sério! Não se mexa nem um milímetro. E espere... Fique simplesmente à espera que o seu cão pare de puxar. Pode demorar bastante no início (comigo nunca demorou mais que 10 minutos), principalmente se o seu cão estiver habituado a puxar muito. Mas não se deixe render. Seja ainda mais teimoso(a)! Afinal de contas, nada é eternamente interessante e mais cedo ou mais tarde o seu cão vai fartar-se de estar parado.

2) Assim que o seu cão lhe der atenção chame-o alegremente. A ideia é motivá-lo para vir ter consigo. 

Com a repetição deste exercício a etapa 2 e a 3 vão acabar por se difundir, já que o seu cão vai passar a ir ter consigo automaticamente assim que perceber o que você espera dele.

3) Espere que o seu cão venha ter consigo. Independentemente da velocidade com que ele responde continue a chamá-lo de forma alegre e entusiasta! 

4) Agora que ele está perto de si recompense-o muito! Mostre-lhe que está muito feliz por ele ter vindo ter consigo e por não estar a puxar na trela. Vale tudo: pedaços de ração, salsicha ou frango e, claro, com muitas festas e palavras simpáticas à mistura!

5) Dê um passo, simulando que o passeio vai continuar. Espere para ver a reacção do seu cão e aí terá duas opções
    > Se o seu cão sair disparado a correr para a ponta da trela - pare, respire fundo e volte à etapa 1
    > Se o seu cão permanecer consigo, calmo e sem puxar a trela, elogie-o e avance para a etapa 6

6) Prossiga o passeio, calmamente, e vá falando com o seu cão. Elogie-o por não estar a puxar na trela e até pode ir recompensando-o. Mostre-lhe que o passeio é a dois e que você está mesmo ali a seu lado. 

Aqui o limite é o dono que estabelece: pode permitir que o seu cão vá à sua frente ou não. Mas lembre-se: o seu cão ainda está a aprender. Dê-lhe alguma margem de manobra. A ideia é ele não puxar e não fazer um "junto" perfeito (uma coisa de cada vez! isso já seria outro treino) 

Repita este exercício todas as vezes que passear o seu cão e sempre que ele puxar comece pela etapa 1. Quando o seu cão completar com sucesso todas as seis etapas, está pronto para a etapa 7:

7) Disfrute o passeio com o seu fiel amigo de quatro patas! 




Então? De que está à espera?
Prepare-se! Levante-se e deixe o conforto do sofá para logo à noite. Calce os ténis e saia com o seu cão! Ele está à espera e ansioso para aprender a passear mais e melhor consigo!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Já conhecem a Dra. Sophia Yin?

Um vídeo muito interessante onde a Dra. Sophia Yin nos fala da importância de saber comunicar com o nosso cão. Enquanto que os humanos comunicam através da linguagem verbal, os cães, por outro lado, comunicam em primeiro lugar através da linguagem corporal.



E vocês? Falam a linguagem do vosso cão?
Eu quero testar isso e por isso mesmo vamos participar no desafio "Comunicar em Silêncio" do Blog Cão Contente. Novidades em breve :)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Fortalecer a relação com o cão

Passeios na rua... O cão até pode não puxar à trela porque foi ensinado a não puxar. Mas não é irritante aquele momento em que o cão parece esquecer-se que o dono está na outra ponta da trela? Não é frustrante falar com o cão ou tentar chamar a atenção dele e ele parecer não estar para aí virado? Pois... Conheço bem a situação...!

No Seminário do Ian Dunbar em Portugal o Dr. Ian propôs algo muito simples...
Um passeio bem longo com o cão e ao fim de alguns minutos parar e cantar para o cão.

Também achei piada e ao mesmo tempo achei esquisito E admito que ainda não o fiz. Mas fiz algo diferente que produziu alguns resultados em poucas tentativa. A ideia é semelhante: a cada 20 passos parar. Esperar que o cão nos dê atenção e aí elogiar, recompensar e continuar o passeio. Na primeira tentativa demorou cerca de 10 minutos até que o Charlie me desse atenção. A segunda tentativa demorou menos. E na terceira tentativa tinha o Charlie a meu lado, sentado, com uma resposta de poucos segundos. Repetimos várias vezes e no final do passeio o Charlie dava-me atenção muito mais vezes. Foi algo tão simples, mas ao fim de pouco tempo o Charlie percebeu muito bem que o que eu preciso é que ele me dê alguma atenção durante o passeio. Afinal de contas ele não vai à rua sozinho, certo? ;)

O Dr. Ian Dunbar teria uma forma muito mais engraçada de descrever a minha experiência. Ele contaria uma história nas palavras do Charlie. E nessa história o Charlie diria: "A minha dona pirou de vês! De 20 em 20 passos pára de andar... Parece uma árvore! Não se mexe. À primeira vez não liguei e fiz o que tinha a fazer... Cheirei, vi os carros a passar, disse olá a um cão que passou do outro lado. Mas ao fim de 10 minutos ela estava na mesma e então fui ter com ela. Lá se sentiu melhor, coitadinha e continuamos o passeio. Mais 20 passos e lá ficou na mesma. Sem se mexer um centímetro. Eu ainda a puxei com a trela mas ela estava mesmo pesada, desequilibrou-se mas não a consegui puxar. Deixei-me estar a ver se lhe passava... Mas não. Ao fim de poucos minutos fui ter com ela para ver se precisava de alguma coisa. Assim que cheguei ao pé dela continuou a andar. Não percebo...! Deve ser de ter acabado a tese de mestrado, deve estar cansada. Lá continuamos. Mais 20 passos, mais uma paragem. Nem esperei muito. Sentei-me ao pé dela para conversarmos um pouco ma ela começou logo a andar e fez-me muitos elogios. Eu sempre disse que ela não devia trabalhar tanto, aquilo fez-lhe mal! Devia tê-la levado mais vezes a sair. Agora deu nisto: de 20 em 20 passos tenho de me sentar ao pé dela. Isto dá-lhe força e lá a convenço a continuar o passeio. Eu percebo que ela tem lá a vida dela com o mestrado e agora o doutoramento... Mas por favor! Eu tenho um mundo para cheirar!"

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Treino do "junto" - Fase 1

Aqui fica o vídeo do treino do "junto".
O vídeo foi realizado no âmbito das aulas do Charlie e, por esse motivo, está um pouco mais longo e pormenorizado do que o habitual.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ensino da chamada

Ora bem, ainda não consegui filmar um passeio com o Charlie. Ando a tentar explorar o jardim e procurar um local onde seja seguro colocar a câmara... Os melhores momentos são há noite, porque não há muito movimento, mas a essa hora não dá para ver nada de jeito na máquina... Mas prometo um vídeo para breve!

Em relação aos progressos em si do ensino da chamada...
Tal como aconteceu com o "andar à trela sem puxar", de um momento para o outro deu-se um clique! No Charlie... Que eu já tenho a lição mais que estudada! Não posso dizer que ele responda propriamente à chamada. Talvez nem possa dizer que ele responda às vezes à chamada. Mas uma coisa é certa! Ele já percebeu que não se deve afastar muito de mim! Pode ser um passinho simples, mas é um passinho muito importante e, a meu ver, meio caminho andado para uma chamada com boa base. Se o Charlie se mantiver perto de mim não terei de o chamar tantas vezes, já que não foge.

Pontos importantes a indicar:

A) Só o tenho soltado numa parte do jardim - junto ao lago. Deixo-o correr na trela de 20m mas, à noite, quando não há mesmo ninguém, nem cães, nem outras distracções largo a trela e lá o deixo andar na vida dele.
    Observação 1: Em geral, ele não se afasta muito mais que os 20 metros da trela, vai-me procurando e de poucos em poucos minutos corre para mim. Comportamento que devia ser mais reforçado do que é!

B) A escolha da palavra para a chamada deve ser melhor ponderada. Uso muitas vezes os termos "anda", "aqui", "bora", "vamos", "vá"... É urgente encontrar uma palavra que se adeque ao comportamento que desejo e que não seja já banal...