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Mr. Golden Charlie é o espaço onde partilho o que faço com o meu cão Charlie e com as minhas gatas Milu e Marie. Seguimos as técnicas do treino de reforço progressivo e aqui encontram a prova de que através do reforço positivo qualquer cão ou gato pode ser ensinado por qualquer pessoa, independentemente da sua experiência.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O (eterno) problema das distracções

Por mais que queiramos evitar deparamo-nos sempre com distracções que não podemos, de todo, evitar. Seja num passeio rápido ou num passeio mais longo onde queremos brincar ou treinar os nossos cães existem no meio envolvente inúmeras situações que lhes despertam o interesse, afastando a atenção dos donos. Refiro-me aos simples e pouco valorizados cheiros e odores... E recordemo-nos que os cães são 100 milhões de vezes mais sensíveis aos cheiros que os humanos. Mas refiro-me também a barulhos (carros, máquinas em funcionamento...), a outros cães ou a pessoas.


A REGRA DE OURO: Trabalhar com as distracções e não contra as distracções.


1. Os cheiros
É impossível evitar que os cães sintam os inúmeros cheiros que sentem e que são, para eles, tão interessantes. A solução passar por utilizar os cheiros como recompensa. É simples: durante o passeio devemos dar oportunidade ao cão para cheirar usando-os como uma recompensa ao invés de pararmos cada vez que o cão encontra algo interessante. Podemos utilizar um comando como "podes ir cheirar" como recompensa de o cão estar a andar junto a nós ou por não estar a puxar a trela.

2. Capturar atenção
Este é o grande desafio. Como capturar a atenção de um cão que considera o ambiente envolvente ao ponto de ignorar totalmente o dono e, inclusivamente, comandos que domina perfeitamente? A chave reside na paciência e na persistência. Afinal de contas, nada é assim tão interessante eternamente! Sem qualquer ordem ou comando e sem qualquer forma de modelar o comportamento do cão, devemos recompensar cada vez que o cão, natural e voluntariamente, nos presta atenção. Podemos começar por clicar uma trela lassa, depois um rodar a cabeça ou um olhar rápido. Automaticamente o cão vai começar a escolher estar próximo do dono.

3. "Eye contact" perante distracções 
Ao fim de algumas sessões de treino o cão estará mais atento ao dono e, deste modo, é mais fácil conseguir que o cão esteja concentrado no dono ao ponto de lhe oferecer contacto visual. Mais uma vez é importante ser paciente até que o cão ofereça um olhar voluntariamente. Novamente estaremos a trabalhar com as distracções e não contra elas.

4. Os outros cães e os outros donos
Este será o maior desafio mas, ao mesmo tempo, teremos o trabalho facilitado se o treino anterior tiver sido consolidado e feito gradualmente ao longo de várias sessões de treino, ao ritmo do cão. Nesta etapa é crucial jogar com a distância, é isto que vai diferenciar o sucesso do insucesso. Caso o cão não aceite comida é porque está a uma distância demasiado curta. É com isto que se deve jogar, ajustando-se a distância à atenção que o cão presta ao dono. O objectivo é conseguir que o cão perceba que ver outro cão significa que vai ser recompensado. Podemos começar por clicar um olhar para o cão, até conseguirmos que além de olhar o nosso cão consiga estar calmo (sem ladrar, sentado ou deitado...)

Resultado: Ao fim de várias sessões de treino, o facto de estar perante distracções vai começar a significar que o cão deve estar focado no dono.

Bons treinos!

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