Métodos aversivos v.s. Métodos positivos

Íamos ontem à hora de almoço no passeio quando nos aparecem uma senhora pouco mais velha que eu e um cão, Labrador, de 10 anos:

Os cães observam-se e tentam ir ao encontro um do outro. Como tínhamos uma ribeira a separar-nos, dissemos aos nossos cães para se sentarem.

A outra dona, com um pau na mão, dá um toque no cão e diz-lhe: "Sentado! Ouviste? É para estares sentado". O cão, sempre focado no Charlie, senta-se obediente, mas ansioso. Como uma criança que diz: "Já posso ir?! Já posso ir?! Quando é que posso ir?!!"

Ao mesmo tempo eu digo: "Charlie, senta!". O Charlie senta e olha para mim. Eu clico e dou a recompensa. O Charlie fica perfeitamente sentado e volta e meia olha para mim, orgulhoso, como quem diz: "Estou a fazer bem, não estou?"

O outro cão levanta-se e a dona segue com ele e diz-me muito contente e inchada de orgulho: "O meu desde pequenino que sempre que ralho com ele, senta-se e fica quietinho!"

Eu sorri e pensei para mim: o meu não se senta quando eu ralho, porque simplesmente eu não ralho com ele. Pelo contrário, ensinei-o desde o primeiro dia em que chegou a minha casa que "senta" significa que ele se deve sentar e que isso é uma coisa agradável. E então respondi-lhe, naturalmente: "Pois, o meu desde os dois meses que se senta quando eu lhe peço".

Segui caminho e, apesar do meu cão não estar perfeitamente treinado e apesar das dificuldades que às vezes tenho no treino, dada a minha inexperiência, senti-me orgulhosa de mim... Apesar de tudo, tenho um cão saudavelmente feliz que aprecia a minha companhia e não tem medo de mim. Bendita a hora em que um dia fui ao veterinário e tive a sorte de encontrar uma enfermeira que marcou a minha vida enquanto dona ao me falar numa coisa esquisita que envolve cliques, comida e bolas! Bendita a hora em que essa enfermeira me disse para ir ao youtube e procura-se os vídeos da Cláudia Estanislau!
Obrigada Deborah e obrigada Cláudia!